terça-feira, 20 de setembro de 2022

O "retorno", rs.

Uma das coisas mais difíceis que aprendi - na vida e na terapia - foi que, na maioria das vezes, quando dizemos "eu não consigo", na verdade, deveria ser "eu não quero". Conseguir está muito mais atrelado a coisas que demandam algo físico, porque nós claramente não conseguimos estar em dois lugares ao mesmo tempo, por exemplo. Pode parecer papo de coach fajuto, mas não é. Entender essa diferença e se atentar a isso nos coloca num lugar de autorresponsabilidade. É claro que precisa existir cuidado e carinho com nós mesmos durante esse processo, mas quando existe o querer, é preciso se mobilizar pra conseguir.


Você não consegue ou você não quer? Questione-se. É mais fácil dizer que não consegue, eu sei. 
E tá tudo bem se você realmente não quiser, desde que isso seja genuíno, sincero e consciente. Garanto que vale a pena pensar no assunto.


Bom, e nem preciso dizer que esse papo todo é para, somente, os 40% da população brasileira que não vive com algum grau de insegurança alimentar. Não faz sentido refletir sobre a diferença entre querer e conseguir se o medo de faltar comida na mesa predomina na vida de alguém. Falar de meritocracia fica para um próximo post.



Enfim... Você sabia que 94% de pessoas compartilham conteúdo de blog porque acham que será útil para outras pessoas? Mesmo que eu tenha uma relação relativamente tóxica com o meu blog (já que eu só apareço quando quero), me organizei para compartilhar essa reflexão por aqui.


Olha, na boa, espero mesmo que possamos estar sempre conectados aos nossos reais desejos, limites e sonhos.



Foto: Arquivo pessoal

Fonte: Impulsione sua empresa

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Desculpinha OK, Oficina OK

Olá, querido diário.


Eu sei que periodicamente te abandono, te deixo de lado como se eu nem me importasse. Sei que só te usei quando foi me conveniente e quando tive tempo. Me perdoe por aparecer depois de tanto tempo como se não tivéssemos vivido tudo o que vivemos. Não foi a minha intenção. Eu não te dei devido valor e agora volto arrependida. 
Tudo isso para dizer que eu voltei e agora pra ficar (acho). Estou participando de uma oficina de Escrita Criativa, sob o comando da Clara Averbuck, escritora de 9 livros, revista e professora. Vou compartilhar aqui alguns (ou todos) textos que fiz para o curso. Aos poucos vou comentando mais sobre a oficina, sobre a vida e outras cositas más. 

Olha, na boa, espero que gostem ;)

- Escrevam uma narrativa livre (tanto faz se em primeira ou terceira pessoa) envolvendo um teto solar, uma garrafa de gin, o Motel Bali e um homem feio.
Eu sempre fui um homem feio. Mas feio é apenas uma condição física, algo que nasce com a gente e se expressa no nosso rosto. Também sempre fui cheiroso. Aí isso depende de boas escolhas e um pequeno investimento financeiro. Agora engraçado, coisa que sempre fui, é mérito só meu. Depois de uma garrafa de gin, então, eu arranco a risada de qualquer um. Eu não preciso de muito. Não preciso de carrão com teto solar. Não preciso de varanda gourmet. E, no final das contas, ela se apaixonou por quem eu sou. E é exatamente isso que eu espero de uma mulher. Nosso amor começou numa noite meio doida, depois de uma festa estranha com gente esquisita e terminou no Motel Bali. Demos risada juntos, bebemos juntos, decidimos os nomes de nossos filhos juntos. Mas, se ela não fosse feia pela manhã, eu, com certeza, a levaria para almoçar. Uma pena...


Criar um monólogo de uma cidade, em primeira pessoa. Não precisa falar o nome e pode colocar as características da cidade.
Eu sou o lar de muitos sonhos, de muitas saudades, choros de felicidade e de tristeza. Eu respiro visita e respiro morada. Eu sou abençoada e abençoo. Eu tenho um grande vigia de pedra e pequenos vigias de pele. Já fui e sou cenário de filmes, séries, clipes de música, férias, carnaval e vidas reais. Eu vejo riqueza e pobreza convivendo lado a lado. Tenho cultura e lazer para todos os gostos. Tem quem me ame, me odeie ou apenas me aceite. Já criei gênios da música, pintura e todo tipo de arte. Eu sou arte. Apesar de dizerem por aí que eu continuo lindo, estão todos errados porque, se eu fosse uma pessoa, definitivamente eu seria uma mulher. Eu sou maravilhosa. E como diria um famoso filho meu, Do Leme ao Pontal, não há nada igual.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Nicarágua

A história desse final de semana foi na Nicarágua. Como a viagem é mais longa e mais chata, por ter que cruzar fronteira, aproveitamos o feriado de independência da Costa Rica e fechamos um pacote. Nos custou menos de $200 por cabeça, incluindo duas noites num hotel 5 estrelas com café da manhã, passeios com guia e o transporte. 

São 4h até a fronteira e depois quase 3h até o hotel, em Manágua. Mas, o pior foram as 6 horas de espera/fila na fronteira. Acho que estava caótico por causa do feriado. Bom, dessa vez foi a Nicarágua que teve que me compensar. No final das contas, não só fez valer a pena, como me deixou apaixonada. Eu realmente não imaginava nada sobre a Nicarágua e não tinha grandes expectativas. Me encantei. Pudemos conhecer Manágua, que é a capital, Granada, o vulcão Masaya e a praia de San Juan Del Sur. É tudo muito colorido, simples, colonial e encantador.

A comida da Nica é parecida com a da Costa Rica. É impressionante como a mandioca aparece em quase todos os pratos. Os principais ingredientes da culinária são milho, arroz, feijão, tomate, banana, entre outros. Eu experimentei o Vigorón e o Vaho (ou Bago). Vigorón é servido em uma folha de banana com mandioca cozida, grelhados e uma salada de repolho e tomate. Já o Vaho é a combinação de uma carne bovina, mandioca e o plátano (banana da Terra). No café da manhã, o Gallo Pinto (arroz, feijão e ovos), super típico na Costa Rica, aparece na Nicarágua também.

A viagem foi incrível. Claro que a companhia fez toda a diferença. Aproveitamos tudo ao máximo, mesmo completamente derrotados ou cansados. Curtimos muito o hotel e, para aguentar o calor extremo, tomamos muitas Toñas, que é a cerveja local daqui. Vale dizer que é tudo bem barato, principalmente se comparado com a Costa Rica. Na maioria das vezes, pagamos 1 dólar pela Toña. Córdoba é a moeda nacional da Nicarágua, em que 1 dólar equivale a, aproximadamente, 30 córdobas. 

Olha, na boa, que delícia foi conhecer a Nica. Espero que um dia vocês possam conhecer também, mas de avião. 


Na polêmica fronteira

Vago 


Vulcão Masaya
   
Masaya (Reserva Natural Laguna de Apoyo)

Playa San Juan del Sur

Granada

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Falando espanhol

Bom, a verdade é que o brasileiro já tem uma facilidade para entender espanhol. Acho até que mais facilidade do que o espanhol tem para entender português. Mas a questão é que, logo quando cheguei, não entendia quase nada. Tanto que uma colega da casa me perguntou o que eu tinha almoçado e eu respondi: papel higiênico.

Quando fiquei sabendo que tinha uma alemã na casa, pensei: "Ufa, uma pessoa para dividir a dificuldade comigo". Equívoco total. A menina morou na Argentina e fala espanhol como uma nativa. Na casa, todos falam espanhol. Até porque, todos vêm de países cuja língua é o espanhol (Espanha, Porto Rico, Mexico). No começo eu realmente boiava, na maior parte do tempo. Mas agora, depois de quase 20 dias, eu já falo até gírias. Consigo entender minhas aulas, que eram a minha maior preocupação. 

Tem também os "falsos amigos", ou seja, palavras com grafia ou pronúncia parecidas, mas que na realidade possuem significados diferentes (só pra me confundir). Ah, e também tem o fato de conviver com nacionalidades diferentes que falam em espanhol. Conclusão: mais variações e confusões.

No entanto, é bizarro o quanto o cérebro vai se acostumando. Ás vezes até me pego pensando em espanhol. Claro que ainda cometo umas gafes, né? Exemplo: Eles me ensinaram que pipa era água de coco. Ok. Cheguei na lojinha da universidade e pedi uma pipa. Conclusão: pipa é o coco em si, a fruta. Claro que não teria um coco na universidade. Motivo de piada, é claro. 

Tem muita gente me perguntando como são as comidas daqui. Acho que isso vale um post só. Mas neste, me reservo aos enganos e glórias da língua. É incrível o quanto eles acham lindo o português do Brasil. Adoram quando falo em português, principalmente as gírias, os palavrões, minhas piadas. Alguns têm mais facilidade em entender. Outros nem tanto. Gostam até quando dou aulas de português. 

Olha, na boa, cada dia que passa, essa experiência se torna mais enriquecedora. Sem palavras.





terça-feira, 5 de setembro de 2017

Santa Teresa

Depois de três ônibus e uma balsa, sendo somente um deles com ar condicionado e um total de 8 horas, chegamos em Santa Teresa, um vilarejo no litoral do pacífico, localizado no sul da Península Nicoya. De carro são 5 horas de viagem, mas eu e minha amiga tivemos que encontrar o resto da galera que já estava lá. Não me entenda mal: foi puxado para chegar, mas essa Costa Rica, mais uma vez, me recompensou.

Ficamos num hostel delícia que se chama Dos Monos. Pagamos $10 por duas noite, com café da manhã e conforto. Tudo em Santa Teresa é uma delícia, por sinal. Todos os pequenos restaurantes que fomos eram incríveis, super praianos e com uma boa comida. É cheio de surfistas, locais, pequenos comércios e, mais uma vez, vida sossegada. Fomos em baixa temporada, então nada de muito agito. A não ser o bar que fomos no sábado a noite. O tema era "Festa Latina", ou seja, dançamos bastante, e com o pé na areia. O Raggaeton é bem forte por aqui. Sorte a minha. Me acabei de dançar, até que fui surpreendida pelo velho e famoso "Ai, se eu te pego". Que noite, Ticos.

Pra quem não sabe, o Reggaeton é um estilo musical que tem suas raízes na música latina e caribenha. Seu som deriva do reggae em espanhol do Panamá, influenciado pelo Hip Hop, salsa e música eletrônica. Se popularizou em Porto Rico e se espalhou pelo mundo. Em qualquer lugar que você vá, lá está ele.

Santa Teresa, no final das contas, me encantou demais. É ótimo para surfar, para relaxar, comer bem, curtir a natureza. Não precisa de guarda-sol, pois você pode aproveitar as sombras das árvores. Não tem vendedores ambulantes. Não tem violência ou sujeira. Como nas outras praias que estive, a preservação é algo realmente importante e levado à sério. Pura vida de novo.

Olha, na boa, agora é programar o próximo final de semana. Não me canso dessa Costa Rica.



                                        

                           

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

San José


Diferente de como muitos estão pensando, eu não moro na praia. Como quem acorda e vai correr na areia, de frente para o mar. Eu estou morando em San José, a capital e maior cidade da Costa Rica. San José fica bem no meio do mapa. Tudo bem que a vibe é relativamente praiana até na cidade grande, mas para ir pra praia, tenho que viajar. 

Como ainda não começaram minhas aulas na faculdade, fui até o centro de San José, fazer o Free Walking Tour, uma caminhada gratuita, com guia. Bem legal. A cidade é bem perto do bairro que eu moro (San Pedro) e é bem pequena, principalmente pra quem veio de São Paulo. A caminhada durou, no máximo, 3 horas. Tem o Teatro Municipal, o Mercado Central, Museu Nacional da Costa Ricac, uma pequena Chinatown, o Banco Central, pessoas apressadas, comércio, lojas e prédio comerciais. E como são sempre muito fofos, Chepe é o apelido carinhoso que deram à cidade.

A Costa Rica é o lar de 4 milhões de "Ticos" e "Ticas". Essa é a forma como, popularmente, se chamam os costarriquenses. O território foi descoberto em 1502, por Cristóvão Colombo e, impressionado com a beleza da terra, batizou de "Costa Rica". Em 1838, a Costa Rica foi declarada independente. Foi neste momento que a produção de café decolou, gerando um importante papel econômico. 

A verdade é que, se você procura por arte, museus, galerias e peças de teatro, não tenha a Costa Rica como preferência. Aqui, o que vale é a beleza natural. O que vale é aprender sobre simplicidade e tranquilidade. Vou repetir: pura vida. Não me canso dela.

Olha, na boa... Obrigada, Colombo. Porque essa Costa é mesmo Rica.




                           


                            

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Cahuita


Pronto. Agora posso começar a falar da Costa Rica. Não porque tenho 5 dias no país. Não. Mas porque fui para a praia. Acordei às 4h40 da manhã e fui com meus colegas de casa para Cahuita, uma cidade praiana que é o lar de cerca de 4.000 habitantes (principalmente de ascendência jamaicana) e sucesso entre os jovens e espíritos livres que buscam uma pura vida por alguns dias.

Pegamos um ônibus em San José, cuja passagem custou 5.000 cólones (~8 dólares) e levou 4 horas de viagem. O hostel em Cahuita, para uma noite, custou quase a mesma coisa, cerca de R$30,00 a cabeça. O hostel chama Cabinas y Soda Sol y Mar. 

Cahuita é a porta de entrada para o Parque Nacional Cahuita. Lá, a preservação da natureza é forte e conta com muita fauna e flora. E, como todos os lugares que pude ver até agora, o vilarejo é muito simples. Tem alguns restaurantes pequenos e simpáticos e, de noite, pudemos apreciar um show de salsa. Tudo muito humilde e com aquela pegada do Caribe. 


Pura vida, pra quem não sabe, é uma expressão muito usada aqui e, muitas vezes, serve até como saudação. Aliás, é mais do que isso. Pura Vida é um estilo de vida. A "Pura Vida" simboliza para os costa-riquenhos a simplicidade da boa vida, o apego à humildade, associada com satisfação, alegria e bem-estar. É a arte de apreciar o simples e o natural com felicidade e otimismo.  



Olha, na boa, nesse final de semana, pude viver a Pura Vida. E gostei, viu?!