Olá, querido diário.
Eu sei que periodicamente te abandono, te deixo de lado como se eu nem me importasse. Sei que só te usei quando foi me conveniente e quando tive tempo. Me perdoe por aparecer depois de tanto tempo como se não tivéssemos vivido tudo o que vivemos. Não foi a minha intenção. Eu não te dei devido valor e agora volto arrependida.
Tudo isso para dizer que eu voltei e agora pra ficar (acho). Estou participando de uma oficina de Escrita Criativa, sob o comando da Clara Averbuck, escritora de 9 livros, revista e professora. Vou compartilhar aqui alguns (ou todos) textos que fiz para o curso. Aos poucos vou comentando mais sobre a oficina, sobre a vida e outras cositas más.
Olha, na boa, espero que gostem ;)
- Escrevam uma narrativa livre (tanto faz se em primeira ou terceira pessoa) envolvendo um teto solar, uma garrafa de gin, o Motel Bali e um homem feio.
Eu sempre fui um homem feio. Mas feio é apenas uma condição física, algo que nasce com a gente e se expressa no nosso rosto. Também sempre fui cheiroso. Aí isso depende de boas escolhas e um pequeno investimento financeiro. Agora engraçado, coisa que sempre fui, é mérito só meu. Depois de uma garrafa de gin, então, eu arranco a risada de qualquer um. Eu não preciso de muito. Não preciso de carrão com teto solar. Não preciso de varanda gourmet. E, no final das contas, ela se apaixonou por quem eu sou. E é exatamente isso que eu espero de uma mulher. Nosso amor começou numa noite meio doida, depois de uma festa estranha com gente esquisita e terminou no Motel Bali. Demos risada juntos, bebemos juntos, decidimos os nomes de nossos filhos juntos. Mas, se ela não fosse feia pela manhã, eu, com certeza, a levaria para almoçar. Uma pena...
Criar um monólogo de uma cidade, em primeira pessoa. Não precisa falar o nome e pode colocar as características da cidade.
Eu sou o lar de muitos sonhos, de muitas saudades, choros de felicidade e de tristeza. Eu respiro visita e respiro morada. Eu sou abençoada e abençoo. Eu tenho um grande vigia de pedra e pequenos vigias de pele. Já fui e sou cenário de filmes, séries, clipes de música, férias, carnaval e vidas reais. Eu vejo riqueza e pobreza convivendo lado a lado. Tenho cultura e lazer para todos os gostos. Tem quem me ame, me odeie ou apenas me aceite. Já criei gênios da música, pintura e todo tipo de arte. Eu sou arte. Apesar de dizerem por aí que eu continuo lindo, estão todos errados porque, se eu fosse uma pessoa, definitivamente eu seria uma mulher. Eu sou maravilhosa. E como diria um famoso filho meu, Do Leme ao Pontal, não há nada igual.